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Juro que ainda não compreendo a política paraibana


 
E tudo começou...
            Quando Cícero Lucena (PSDB) teve sua prisão decretada em 2005. Ele foi detido pela Operação Confraria da Polícia Federal, acusado de chefiar um grupo com outras sete pessoas que participaram de um esquema de licitações irregulares e desvio de verbas em obras, envolvendo recursos financeiros superiores a 100 milhões de reais durante sua administração como prefeito de João Pessoa. Os indiciados foram soltos, mas estão à disposição da justiça e da PF. O processo corre em segredo de justiça. [ver indicação aqui]. O caso saiu até na Folha de São Paulo (leia a reportagem).
            Em 2004, Ricardo Coutinho (PSB) vence as eleições municipais de João Pessoa e se torna prefeito da capital através de uma “lavada” extraordinária a seu favor no número de votos: 64,45% dos votos válidos, contra Ruy Carneiro (PSDB), o candidato do ex-prefeito Cícero Lucena.
            Quando Ricardo assume a prefeitura, Cássio Cunha Lima (PSDB) é o governador do Estado desde 2002 - governador que muito contribuiu para dificultar os trabalhos do prefeito de João Pessoa. Cássio fez de tudo para o trabalho de Ricardo Coutinho ser prejudicado, o que não aconteceu por causa da competência do prefeito. Essa briga política ocorreu por causa da derrota de Cícero e do apoio a Ricardo por parte de José Maranhão (PMDB), ex-governador que liderou o Estado da Paraíba de 1994 (quando era vice-governador e assumiu o governo com a morte de Antônio Mariz – faleceu de câncer, dez meses depois de ter assumido o cargo) até 2002, pois venceu as eleições em 1998.
            Cássio Cunha Lima (PSDB) vence as eleições em 2006 e é reeleito na disputa contra José Maranhão (PMDB) – aquele que apoiava Ricardo (PSB) contra Ruy Carneiro (PSDB). Contudo, Cássio faz uma “besteira” durante as eleições e é acusado de compra de votos. Cássio então é cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, no dia 30 de julho de 2007, acusado de usar um programa social da Fundação de Ação Comunitária (FAC) em benefício de sua candidatura à reeleição durante o período eleitoral de 2006. Dois dias depois, o TSE concede uma liminar que lhe garante o cargo de governador até o julgamento final do processo no TSE. Em 10 de dezembro de 2007, Cássio é novamente cassado pelo TRE por suposto uso eleitoreiro do Jornal estatal "A União" também durante a campanha eleitoral de 2006. Através de uma nova liminar, consegue permanecer no cargo.
            Cássio Cunha Lima tem a sua cassação pelo "Caso FAC" no TRE, confirmada por unanimidade dos votos no TSE em 20 de novembro de 2008, mas consegue uma medida cautelar, por cinco votos a dois, tendo assim tem o direito de ficar no poder até que saia o resultado final do processo. Após julgamento de embargos impetrados ainda em 2008, tem seu mandato cassado em definitivo no dia 17 de fevereiro de 2009, assumindo em seu lugar o segundo colocado nas eleições, o ex-senador José Maranhão. [ver indicação aqui]. Assume o poder, então, mais uma vez, José Maranhão (PMDB), aliado de Ricardo Coutinho (PSB) nas eleições de 2004, 2006 e 2008.
            Entramos agora no ano eleitoral de 2008. Zé Maranhão como governador, Ricardo como candidato a reeleição na prefeitura de João Pessoa. Ricardo Coutinho (PSB) consegue a reeleição com outra “lavada” no concorrente: vence com 74% dos votos contra o tucano João Gonçalves.
            Por causa da boa desenvoltura de Ricardo Coutinho, a maioria dos habitantes da capital afirma ter o desejo de ver o prefeito como governador do Estado. O que todos esperavam era o apoio de José Maranhão ao prefeito da capital, mas não foi isto o que aconteceu. Ricardo foi, se assim posso dizer, traído por seu até então aliado, José Maranhão. Maranhão afirma à mídia seu suposto apoio ao prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital (PMDB) e diz que se não fosse Veneziano o candidato, ele iria se candidatar mais uma vez. Dito e feito: Zé Maranhão entra na disputa pelo poder mais uma vez, estamos no final de 2009, início de 2010.
            Agora sim, estamos na metade do primeiro semestre de 2010 e Ricardo Coutinho afirma ser candidato do PSB para o governo do Estado. Os tucanos, praticamente “mortos” pela vergonha da cassação de Cássio e da “Confraria” de Cícero Lucena, correm para apoiar Ricardo Coutinho (PSB), antigo inimigo. O antigo “inimigo” se torna amigo de Cássio (PSDB).
            A população pessoense se revolta contra Ricardo Coutinho, pois ela sabia o quão foi maltratada por Cícero Lucena e pela intriga política entre Cássio (quando era governador) e Ricardo, quando prefeito. Nenhum pessoense que ama a capital ficou satisfeito com a aliança muito estranha entre tucanos e socialistas. Os comunistas radicais retiram seu apoio a Ricardo. Cícero Lucena, que desde a acusação da Confraria tem ódio de Ricardo, retira seu apoio ao próprio Cássio, visto que Lucena era o líder do partido (PSDB) no Estado.
            Ricardo Coutinho presta esclarecimentos à população quanto a sua aliança com os tucanos. Nem todos aceitaram as explicações, contudo, outros compreenderam que se quisessem um NOVO governador teria que ser assim. Isso porque Ricardo é pouco conhecido no interior da Paraíba, enquanto Cássio é quase adorado por lá. Cássio conseguiu votos para Ricardo no interior e a capital em peso votou em Ricardo.
            Ricardo Coutinho, finalmente, depois dessa grande saga, torna-se nosso NOVO governador. Espero que esta seja uma abertura, ainda que pequena, para NOVOS políticos na Paraíba. Espero, sinceramente, que os paraibanos possam ver NOVOS líderes no Estado, para que sua Educação, Saúde, Turismo, etc, possam crescer, com inovações de mentes à frente dos trabalhos estaduais.
            Enfim, vocês entenderam meu motivo de ter tanta dificuldade em compreender a política na Paraíba? E vocês, conseguiram entender alguma coisa?

Caline, a jornalista.

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