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ENEM: Avanço ou retrocesso?


Implantada desde 1996 com a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB), a reforma proposta pelo MEC vem com uma filosofia básica: “Aprender para a vida”. Anteriormente, o ensino era voltado para o “Aprender para o trabalho”.

O ENEM foi criado em 1998, durante a gestão do ministro da Educação Paulo Renato Souza, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Diferente dos vestibulares tradicionais aplicados pelas próprias universidades, o ENEM é utilizado para a seleção dos bolsistas do ProUni, serve para o ingresso em algumas universidades federais, estaduais e institutos federais, além de valer em algumas instituições particulares.

Para muitos, o vestibular tradicional privilegia a “decoreba”, ao invés de testar os verdadeiros conhecimentos e desenvolver o raciocínio do aluno e o senso crítico do mesmo. Segundo o ministro Fernando Haddad, "O vestibular está desorganizando o currículo do Ensino Médio. Os assuntos cobrados não colaboram para a compreensão do mundo e seus fenômenos".

Esse assunto me fez lembrar um livro escrito pelo Edgar Morin, o “Cabeça bem-feita”. O autor faz distinção entre uma cabeça bem-feita e uma cabeça bem-cheia. E é basicamente, o que difere o vestibular tradicional do ENEM. Segundo Morin, uma cabeça bem-feita “[...] significa que, em vez de acumular saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de uma: 1. aptidão geral para colocar e tratar os problemas; 2. princípios organizadores que permitem ligar os saberes e lhes dar sentindo.”

Se opondo a uma cabeça bem-feita, está uma cabeça bem cheia, que possui muito conteúdo, porém, não sabe organizá-los de forma que lhes possibilite a resolução de problemas. Como em uma educação bancária, no qual há apenas o depósito de informações, pouco se importando se o aluno aprendeu os conteúdos verdadeiramente.

Ao comparar o vestibular tradicional com o ENEM, vemos que o primeiro cobra apenas o assunto aprendido de forma seca em sala de aula, dando prioridade aqueles que decoram. Já o segundo associa o conteúdo ao cotidiano e cobra uma compreensão do mundo, dos seus fenômenos, além de testar o raciocínio do aluno, sendo privilegiados aqueles que realmente conhecem e dominam o assunto.

Mas, tudo tem o seu lado ruim, certo? E o ENEM não é exceção. O lado ruim do mesmo é o grande número de questões e o tamanho das mesmas. Noventa questões em quatro horas se tornam cansativas para os vestibulandos. Porém, isso não diminui o grande valor dessa reforma na educação. Contudo, o ENEM pode ser considerado um avanço na educação, por valorizar uma cabeça bem-feita que é capaz de fazer ligação com mais de uma disciplina para resolver os problemas.


2 comentários:

  1. Crítica perfeita!²
    Mesmo sendo muito cansativo fisicamente e mentalmente o ENEM é uma das melhores formas de entrada para o ensino técnico/superior.

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