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A importância do ensino da música como base para a formação social

Na antiga civilização grega, Platão propôs um modelo de educação que, a seu ver, seria o ideal para os detentores do conhecimento, os intelectuais da Grécia. Nesse esquema educacional, a música seria disciplina fundamental, pois estaria inserida no nível elementar (música, ginástica e gramática) que compreendia os estudos até os vinte anos de idade. Ela também seria matéria obrigatória do nível secundário de educação (aritmética, geometria, astronomia e música) que era voltado para estudantes entre vinte e trinta anos de idade.
Os benefícios do estudo da música são analisados há séculos por cientistas e intelectuais. Através de observações realizadas por doutores em música, físicos, neurologistas, educadores, e profissionais de tantos outros setores acadêmicos, sabe-se hoje que os estudantes de música são mais capacitados para a vida do que os demais. Os gregos acreditavam que a música educava, influenciava as pessoas e era fundamental na formação do jovem para o exercício da cidadania.
O estudo da música clássica, através da leitura de partituras e desenvoltura nos instrumentos musicais, torna a criança e o adolescente mais sociáveis. Inúmeras pesquisas ao longo do século XX mostram a música como influenciadora direta na autodisciplina dos estudantes. Essa arte desenvolve a paciência de quem a pratica, a sensibilidade, a coordenação motora e a capacidade de memorização e concentração. Alguns pesquisadores acreditam que a música é uma forma superior de ensinar o conceito de frações.
Segundo um estudo realizado por uma Universidade do Texas, estudantes de música têm menos problemas com álcool e drogas, são emocionalmente mais saudáveis e se concentram melhor em salas de aula. Muitas nações, que investem profundamente na Educação, têm a música como disciplina obrigatória em todas as escolas. No Japão, por exemplo, o estudo da música está no mesmo nível de importância que o ensino da matemática.
Talvez o Brasil sofra tanto com o consumo crescente do crack e vício do álcool entre jovens porque nossos políticos ainda não acreditam que a arte bem estudada, em especial a música, seja um fator essencial para o desenvolvimento social e, consequentemente, crescimento econômico da nação. Locais violentos, como a favela do Coque, localizada em Recife, têm apresentado significativas mudanças de comportamento social depois da implantação do ensino da música para crianças, adolescentes e jovens.
Os governantes brasileiros ainda não atentaram (ou fingem desconhecimento) para a tamanha importância de uma boa formação cultural como base para o desenvolvimento social de seu povo. Talvez seja o medo de não conseguirem mais manipular os brasileiros, já que a aquisição do conhecimento proporciona liberdade intelectual, exigência dos direitos de cidadania e minimiza a manipulação dos poderosos sobre a população.
Através da lei 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, pelo Governo Federal, o Brasil tem a oportunidade de transformar a cruel realidade das nossas crianças e adolescentes das áreas consideradas de risco. Através dessa lei, o ensino da música passa a ser obrigatória em todas as escolas públicas e particulares, tendo que ser introduzido nas instituições de ensino até o ano de 2011. Isso pode proporcionar aos jovens uma mudança de mentalidade no que diz respeito ao conceito sobre vida e sociedade, além de afastá-los da criminalidade.
Cabe agora aos intelectuais brasileiros, aos políticos e formuladores da campanha, em prol da construção dessa lei, se empenhar nesse projeto maior de transformação social. Cabe aos comunicadores e às mídias incentivarem o estudo da música, mas não só da música, como também das artes plásticas, do teatro, da pintura, enfim, apoiar o desenvolvimento da cultura em uma sociedade afundada no capitalismo desumano, desproporcional, gerador das desesperanças sociais dos menos favorecidos.
Platão já dizia que a música é o instrumento educacional mais potente do que qualquer outro. Precisamos apenas impulsionar esse poderoso instrumento e acabar, de uma vez por todas, com o pensamento ínfimo de que a educação clássica, ensinada nas salas de aula brasileiras, é o suficiente para fornecer uma formação humana completa aos nossos cidadãos.

Um comentário:

  1. gostei muito da sua retomada histórica e de como foram apresentados os seus argumentos.
    Concordo plenamente com a possível aceitação da música dentro do contexto educaional atual. Possível, mas não fácil ser aceita de acordo com as condições em que se encontra a educação brasileira, a educação e a principalmente a forma de como ela é passada.

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